RELEVO REGIÃO SUDESTE

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A região Sudeste é conhecida por sua força econômica e suas grandes cidades. Nela estão localizadas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, algumas das principais cidades brasileiras e importantíssimas para a economia nacional.

Fato marcante no Sudeste é sua população. A região é a mais populosa do Brasil, com mais de 90% da população morando em áreas urbanas, sendo também a mais urbanizada. Além disso, seus índices econômicos são altos, assim como a taxa de industrialização. Em um passado não muito distante, no século XX, foi o território que mais atraiu migrantes em busca de melhores condições de vida e oportunidades de trabalho.Estados da região Sudeste

Os estados da região Sudeste possuem economia diversificada, com muitas oportunidades no terceiro e quarto setores econômicos. No total são quatro os estados que formam essa região. Observe-os, em ordem alfabética, com suas respectivas capitais.


Estados
Capitais
Gentílicos
Espírito Santo
Vitória
Capixaba ou espírito-santense
Minas Gerais
Belo Horizonte
Mineiro
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Fluminense
São Paulo
São Paulo
Paulista

Dados gerais da região Sudeste

Veja agora alguns dados estatísticos dessa região, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Esses dados são de 2019.


Área territorial: aproximadamente, 925 mil km², o que resulta em 12% do território brasileiro.


População: 88.371.433 habitantes


Rendimento domiciliar per capita (em reais): 1666,75


Densidade demográfica: 95,13 habitantes por km²


Índice de Desenvolvimento Humano: 0,753


Matrículas no ensino fundamental: 10.384.771 de estudantes


Produto Interno Bruto (em reais)|1|: 2,4 trilhões


Taxa de mortalidade infantil|1|: 12,6

Mapa da região Sudeste.
Mapa da região Sudeste.

Breve histórico da região Sudeste

Uma das razões para o início da ocupação do Sudeste brasileiro foi a descoberta de ouro na região, no século XVII, por volta de 1690, e de outras pedras preciosas, como o diamante. Tais minérios foram encontrados, a princípio, em Minas Gerais, o que deu início a vários povoados que, posteriormente, transformaram-se em grandes cidades.

As necessidades populacionais de quem vivia na região das minas levaram ao surgimento de atividades agrícolas e comerciais. O interesse nas pedras preciosas era tão grande que atraía inúmeros migrantes no século XVIII. Devido a esses fatores, e mais alguns, como o declínio Nordeste, o governo português decidiu, em 1763, transferir a capital de Salvador para o Rio de Janeiro. Com isso, o centro da economia colonial passava a ser o Sudeste.

Ao longo do século XIX, outras atividades econômicas despontaram na região, como o cultivo do café. Inicialmente, esse cultivo foi introduzido no estado do Rio de Janeiro, no início do século XIX, na região do rio Paraíba do Sul. Com o passar dos anos, a produção expandiu-se para os demais estados do Sudeste, principalmente em São Paulo.

Nessa época, a maioria da produção era voltada para o mercado externo, com mão de obra escrava africana. Devido ao relevo acidentado, o Rio de Janeiro logo viu a produção ser deslocada para São Paulo, em terreno relativamente plano.

O desmatamento nas encostas fluminenses e o acentuado processo erosivo contribuíram para que o café ganhasse força nos terrenos planos paulistas. Assim, o estado de São Paulo iniciava o domínio da produção cafeeira no Brasil, na segunda metade do século XIX.

Com a abolição da escravidão, em 1888, e a forte imigração de nordestinos e europeus, o Sudeste desenvolveu um alto contingente populacional e vasta mão de obra, além de capital oriundo do café para o desenvolvimento de atividades industriais. Esses fatos propiciaram o início da industrialização brasileira na região, no final do século XIX, sendo atualmente a mais industrializada do país.

Clima da região Sudeste

O clima no Sudeste é basicamente tropical devido a sua localização geográfica. É uma região situada entre os trópicos, tendo temperaturas elevadas na maior parte dos estados. Entretanto, alguns fatores modificam seu clima, como a altitude, a maritimidade (influência das massas de ar vindas do oceano) e a latitude.

relevo (altitude) exerce grande influência na distribuição de chuvas e nas diferenças de temperaturas. Na cidade do Rio de Janeiro e em Santos, há maiores índices pluviométricos do que em Belo Horizonte, por exemplo. Isso porque as primeiras são litorâneas, recebendo muita umidade do oceano (maritimidade). Já a capital mineira está em uma área elevada de 852 m acima do nível do mar, com bairros que atingem mais de 1500 m de altitude.

Em geral, cidades mais altas possuem temperaturas menores. Na Serra da Mantiqueira, as temperaturas são baixas na divisa entre Minas Gerais e São Paulo. O destaque dessa área é a cidade de Campos do Jordão (SP), que atrai inúmeros turistas devido ao clima frio e à elevada altitude (mais de 1600 m acima do nível do mar). Nessas regiões, o clima é o tropical de altitude, com baixas temperaturas, presença de geadas no inverno e índices pluviométricos de 1500 mm anuais.

Serra da Mantiqueira, Minas Gerais.
Serra da Mantiqueira, Minas Gerais.


No litoral, temos o clima tropical litorâneo, com altas temperaturas e índices pluviométricos elevados.

Outro clima presente na região é o tropical semiárido, localizado no norte de Minas Gerais, na região do Vale do Jequitinhonha. Nessa área, as temperaturas são bastante elevadas, e as chuvas, escassas e mal distribuídas durante o ano.
Relevo da região Sudeste

A região Sudeste é a que possui o relevo mais alto. Podemos destacar três unidades de relevo nessa região: planaltos (a maioria), depressões e planícies.

Os planaltos podem ser divididos em três grupos, de acordo com a classificação de Jurandyr Ross:


Planaltos e serras do atlântico leste-sudeste: área que vai da parte oriental de Minas Gerais e do Espírito Santo e chega até a parte leste de São Paulo. Nesse grupo destacam-se a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira.


Planaltos e chapadas da bacia do Paraná: localizados no oeste paulista e em parte do triângulo mineiro. Área de solo fértil, conhecido como terra roxa, que possibilitou o cultivo do café nas chapadas altas e planas.


Planaltos e serras de Goiás-Minas: o destaque é a serra da Canastra, localizada no sudoeste de Minas.

As depressões situam-se em São Paulo, entre os planaltos do leste-sudeste e os planaltos da bacia do Paraná. Essa área interiorana paulista também foi útil no cultivo do café, pois seu processo erosivo é menos acentuado.

Já as planícies são localizadas no litoral do Sudeste e também em algumas margens de rios (essas menores do que as litorâneas). Em algumas regiões, o relevo montanhoso dá origem a falésias que podem ser encontradas no litoral sul do estado do Rio de Janeiro.
Hidrografia da região Sudeste

O relevo acidentado da região Sudeste propicia uma grande distribuição de águas fluviais para as outras regiões do país. Devido a isso, há duas grandes bacias hidrográficas na região — bacia do Paraná e bacia do São Francisco —, além de três regiões hidrográficas — atlântico sul, sudeste e leste.

A bacia do Paraná está presente nos estados de Minas Gerais e São Paulo, com importantes rios que contribuem com o abastecimento de água e a geração de energia elétrica para a população. Como destaque, citamos os rios Tietê, Grande e Paraná. Há também usinas hidrelétricas nessa bacia, como a usina de Furnas, em Minas Gerais.

Já a bacia do São Francisco é fundamental para Minas Gerais, único estado presente nela. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra e é essencial para o abastecimento da região metropolitana da capital mineira, Belo Horizonte. Esse rio corre no sentido sul–norte, tendo sua foz na região Nordeste.

Rio Doce, em Minas Gerais, após o desastre ecológico de janeiro de 2019.
Rio Doce, em Minas Gerais, após o desastre ecológico de janeiro de 2019.


A região hidrográfica atlântico sul está presente no extremo sudeste de São Paulo, tendo sua importância maior na região sul do país. Já a região atlântico sudeste é presente nos quatro estados, tendo os seguintes rios como destaque: rio Doce, que nasce em Minas Gerais, passa pelo Espírito Santo e deságua no oceano Atlântico; rio Paraíba do Sul, que percorre uma importante área industrial paulista; e rio Ribeira de Iguape, que nasce no Paraná e tem sua foz no estado de São Paulo.

Vegetação da região Sudeste

Das cinco regiões brasileiras, o Sudeste é a que mais apresenta diferença nas paisagens naturais se compararmos com a vegetação nativa. A alta industrialização e urbanização tiveram contribuição nisso, tendo destruído grandes áreas de matas para a construção de cidades, ferrovias e parques industriais. Atualmente existem poucos resquícios de áreas verdes na região.

No Sudeste podemos encontrar, basicamente, quatro tipos de vegetação: Caatinga, Cerrado, floresta tropical (Mata Atlântica) e vegetação litorânea (Manguezais).

Caatinga é comum no norte de Minas Gerais devido ao clima semiárido. É uma paisagem parecida com a da região Nordeste, principalmente na região do vale do Jequitinhonha.

Já o Cerrado, vegetação bem comum em climas tropicais, é encontrado em São Paulo e em grande parte de Minas Gerais. É uma vegetação com galhos tortuosos, de baixo e médio porte, mas com raízes profundas, capazes de buscar água no subsolo na época de estiagem.

Mata Atlântica possui uma grande biodiversidade e pode ser encontrada nos quatro estados. Devido a essa biodiversidade, foi muito desmatada para fins comerciais e urbanísticos, restando pouca vegetação original.

Mata Atlântica no Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro.
Mata Atlântica no Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro.


No litoral há Manguezais e Restingas, vegetações típicas dessa área. No Sudeste, entretanto, a especulação imobiliária afeta essa vegetação, o que atrapalha o ecossistema e a vida presente nesses biomas.

Demografia da região Sudeste

A região Sudeste conta com quase 90 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE de 2019, sendo a mais populosa do país, com a maior taxa de urbanização (93%). Entretanto, sua população cresceu de forma significativa somente no fim do século XIX e no século passado. A forte imigração de europeus (fim do século XIX) e brasileiros de outras regiões, como os nordestinos (meados dos anos 1940-50), contribuiu para esse crescimento.

Por ter os melhores indicadores econômicos e sociais, a migração era bem acentuada nessa região. No entanto, nas últimas décadas, o migrante tem preferido outras regiões, como o Centro-Oeste, para buscar melhores condições. Isso porque há um grande inchaço urbano, acarretando em graves problemas sociais, como falta de moradia, desemprego e subempregos.


O inchaço urbano é uma das causas do declínio migratório para o Sudeste, como pode ser observado em São Paulo, SP.
O inchaço urbano é uma das causas do declínio migratório para o Sudeste, como pode ser observado em São Paulo, SP.

No Sudeste estão localizadas as duas maiores regiões metropolitanas do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. Somadas, as duas regiões concentram mais de 30 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2019. Com isso, há uma grande concentração de atividades comerciais, industriais e tecnológicas nessas duas áreas do Sudeste.
Principais atividades econômicas da região Sudeste

A força econômica do Sudeste é explicada, pela história, desde os tempos da extração de ouro, passando pelo cultivo do café, e, atualmente, com a concentração de várias indústrias, tanto nacionais quanto transnacionais.

A industrialização brasileira tem seu auge nos anos 1950, sendo iniciada, décadas antes, na região Sudeste. Esse auge atingiu o Sudeste de forma positiva, pois era nessa região que estavam as melhores condições em infraestrutura para a instalação de fábricas e aglomerados industriais.

Atualmente, o território possui um grande parque industrial, principalmente em São Paulo, na região metropolitana (ABC Paulista: Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano, cidades industriais), e no Rio de Janeiro, com a indústria petrolífera.

Há em andamento uma forte desconcentração industrial das grandes metrópoles por diversos fatores, como terrenos caros, inchaço urbano e incentivos fiscais por parte de cidades menores. Com isso, algumas áreas do interior do Sudeste tornaram-se centros industriais, como Contagem, em Minas Gerais. Além disso, a malha rodoviária na região contribui para que as indústrias partam para o interior, mas sem perder o grande mercado consumidor existente nas grandes cidades.

O Sudeste conta com importantes recursos minerais, como o ferro e o manganês, encontrados em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero. Esses minerais são exportados para o mundo todo via Porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Petróleo e sal marinho também estão presentes na economia da região. Hoje, o estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo do país, seguido pelo Espírito Santo, e o segundo maior de sal.

A região também é forte na pecuária. De acordo com o IBGE, com dados de 2018, o Sudeste abrange o terceiro maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 37 milhões de cabeças de gado. O destaque na região para essa produção é o estado de Minas Gerais, com forças para as indústrias de laticínios. O rebanho suíno também faz-se presente na economia, que concentra o segundo maior rebanho dessa espécie no país, com mais de sete milhões de porcos.

Aspectos culturais da região Sudeste

Com a forte migração ocorrida para o Sudeste nos séculos passados, as manifestações culturais presentes nessa região possuem influência indígena, negra e europeia, além da influência asiática.

Uma das festas mais famosas de todo o mundo ocorre na cidade do Rio de Janeiro e também em São Paulo: o carnaval. As festas carnavalescas dessas duas cidades são famosas pelas grandes aglomerações e pelos desfiles das escolas de samba, atraindo gente de todo o Brasil e de vários cantos do mundo. Ainda, no Rio de Janeiro, há o famoso réveillon em Copacabana, festa que chega a reunir duas milhões de pessoas na orla da praia.

Um dos maiores réveillon do mundo ocorre na praia de Copacabana, Rio de Janeiro.
Um dos maiores réveillon do mundo ocorre na praia de Copacabana, Rio de Janeiro.


Há também, no Espírito Santo, as bandas de congo, de origem indígena. São bandas folclóricas, com danças e ritmos simples, em que os congueiros sentam-se em tambores formando um círculo. Além do bater nos tambores, há outros instrumentos musicais que incrementam a dança, como a casaca, que se parece com um reco-reco.

Em Minas Gerais temos o congado, uma espécie de dança e música nascida da fusão dos ritos africanos com a religião católica, com histórias que homenageiam Nossa Senhora do Rosário.


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